meteoritos

Estes corpos foram, durante muito tempo, antes das explorações espaciais pilotadas ou automáticas, as únicas amostras do Universo extraterrestre tangíveis.
Todos os dias entram na atmosfera milhares de corpos extraterrestres, em regra de muito pequenas dimensões (tipo de grão de areia) que se desintegram ao atravessarem esta camada gasosa, deixando um traço luminoso, tão conhecido sob a designação de estrelas cadentes. Alguns atingem a superfície como micrometeoritos. Ocasionalmente, corpos maiores sobrevivem à travessia da atmosfera, constituindo os meteoritos, cujas dimensões variam entre alguns gramas e muitas toneladas.

É hábito atribuir uma designação a cada meteorito (em geral, o nome da localidade mais próxima). O catálogo de meteoritos do Museu Britânico, comporta mais de 1 700 exemplares bem identificados, cada um correspondente a uma queda, pois, como é sabido, no impacto pode haver explosão do corpo meteórico e disseminação, por área mais ou menos vasta,de maior ou menor número de fragmentos. Por exemplo, do gigantesco meteorito do "Canyon Diabolo" (Arizona) caído há cerca de 25 000 anos, colheram-se dezenas de milhar de fragmentos ferro-niquélicos na área do impacto, onde-se observa uma magnífica cratera, com cerca de 1 300 m de diâmetro e 180 m de profundidade a "Meteor Crater".
Meteor Crater - Arizona, E.U.A.
Os meteoritos exibem composições algo diferentes das-das rochas conhecidas à superfície da crosta terrestre. Tanto petrógrafos como geofísicos. admitem semelhanças: entre eles e os materiais constituintes do interior do Planeta. Para os geoquimicos, os meteoritos têm particular importância, partindo do princípio de que estes fornecem a melhor informação acerca da abundância relativa dos elementos, não voláteis. As tabelas sobre a abundância dos elementos no Universo são parcialmente baseadas na análise destes corpos celestes.
Distinguem-se presentemente quatro grandes grupos de meteoritos, com base na respectiva composição: sideritos, siderólitos, condritos e acondritos, os dois últimos, às vezes reunidos sob a designação geral de aerólitos.

Sideritos

Os sideritos ou meteoritos ferro-niquélicos são compostos, em média, por ferro (90,8%), níquel (8,6%), cobalto (0,5%), no estado livre, e ocasionalmente por outras substâncias simples ou combinadas entre as quais troilite (sulfureto de ferro, SFe, mineral desconhecido na Terra). Entre outras veriedades de sideritos, ou classes, citam-se os hexaedritos, os ataxitos e os octaedritos, correspondentes a teores crescentes de Ni, além de outras particularidades texturais.

Siderólitos

Os siderólitos são simultaneamente metálicos (Fe-Ni) e líticos (silicatos, especialmente) em proporções equivalentes. Entre os minerais mais comuns, contêm olivina, piroxenas e plagioclases. Entre as várias classes de siderólitos, distinguem-se os palasitos, com olivina e ferro-níquel e os mesossideritos, com piroxenas, plagioclase e ferro-níquel.

Aerólitos

Os aerólitos ou meteoritos líticos são, sem dúvida, os que rriais abundantemente têm caído na Terra. Pertencem, na maioria, aos chamados condritos (por conterem abundantes glóbulos de olivina) que representam mais de 80% das quedas de meteoritos conhecidos. Na composição média revelam olivina (40%), piroxena (30%), ferro-níquel (5-20%), plagioclase (10%), troilite (6%), entre outros.
Esta composição é vizinha da dos peridotitos terrestres, embora nestes se desconheça a presença de troilite, de ferro-níquel e das estruturas globulares de olivina.
Consoante o tipo de piroxena, distinguem-se, por exemplo, condritos bronzíticos e condritos hipersténicos. Todavia uma pequena classe, a dos condritos carbonáceos, merece referência especial dado que se refere a meteoritos com uma percentagem considerável de compostos orgânicos extraterrestres. Estes condritos carbonáceos distinguem-se ainda dos restantes, por conterem serpentina (silicato de ferro e magnésio hidratado) estando o níquel geralmente combinado (em sulfuretos e silicatos).
Os acondritos são destituídos das estruturas globulares referidas e têm, geralmente, textura mais grosseira. Entre os acondritos referem-se algumas classes mais comuns: eucritos (com pigeonite e plagioclase), howarditos (com hiperstena e plagioclase), diogenitos (com hiperstena), aubritos (com enstatite), etc.

É importante registar-se que se desconhecem nos meteoritos minerais indicadores de elevada pressão, tais como piropo (granada) ou jadeite (piroxena) como acontece nas rochas terrestres oriundas de grande profundidade, facto que parece afastar a hipótese de os meteoritos serem fragmentos de um grande corpo celeste, susceptível de proporcionar tais níveis de pressão.
As quedas de meteoritos estimam-se em cerca de 500/ano das quais a maior parte cai no mar. O número de recolhas anuais anda à volta de 10.
O estudo dos trajectos observados dos meteoritos caídos na Checoslováquia (07/04/959) e Oklahoma (08/01/970) permitiram traçar-lhes trajectória elíptica oriunda da zona de asteróides situada entre Marte e Júpiter.

O número de meteoritos recolhidos depende da sua composição. Os meteoritos mais resistentes (sideritos) são os recolhidos em maior número. Os aerólitos, embora sejam os que possuem um maior número de quedas, porque são rochosos, pulverizam-se com maior facilidade ao entrarem na atmosfera terrestre, pelo que são recolhidos em menor número.
A composição dos meteoritos permite-nos utilizá-los para percebermos o mecanismo de formação e composição da Terra. Se admitirmos uma formação simultânea para o sistema solar (origem co-genética), como no caso da teoria nebular reformulada, então os meteoritos formaram-se na mesma altura da Terra, a partir dos mesmos materiais e segundo os mesmos processos.
A figura ajuda a perceber melhor a possível formação dos meteoritos.

Ao observares a figura, verifica-se que existem duas possibilidades iniciais para os meteoritos se formarem.

Mecanismo de formação dos meteoritos

• Inicialmente, existia um corpo celeste, que, resultando da acreção de partículas por atracção gravítica, se encontrava indiferenciado. Se este corpo se fragmentasse, os seus fragmentos revelariam essa falta de diferenciação, sendo, por isso, constituídos por um agregado de esferas. Neste caso, os meteoritos formados teriam uma composição rochosa/silicatada e uma textura em côndrulos, isto é, estávamos perante os condritos.

• O corpo indiferenciado continuou a sofrer acreção, a sua temperatura aumentou, ao ponto de ocorrer a fusão dos materiais. Neste momento vai iniciar-se uma diferenciação dos materiais por diferença de densidade. Os materiais mais densos, ferro e níquel, deslocam-se para o centro do corpo, ficando colocados mais externamente os materiais menos densos, os silica-tos. Ocorreu a diferenciação deste corpo celeste.
• A sua temperatura começou a baixar, solidificando o corpo do exterior, em contacto com um ambiente mais frio, para o interior. O corpo diferenciado fragmenta-se. Os fragmentos com origem no núcleo, mais denso, têm uma composição à base de ferro e níquel - siderito. Os fragmentos com origem na parte mais externa do corpo diferenciado têm uma composição silicatada/rochosa, mas em que não é visível qualquer estrutura esférica resultante da acreção -acondrito. O meteorito tem origem na parte média do corpo celeste, ou seja, numa área que contém muito ferro e níquel, mas que contém também muito material silicatado - siderólito.

0 Response to "meteoritos"

Postar um comentário

owner - online Modetaor - online guest - online offline
Get your own Chat Box! Go Large!

Olá você que gostaria de fazer parte deste blog. Está abrindo vagas para postador(5) e redator(2), se você internauta se interessar estou pronto aqui nos finais de semana. Participe você também deste que pode ser um dos melhores blogs informativos da NET, para isso acesse este link de formulario e deixe um comentario na postagem, atenciosamente Umbreonmaster
Powered by Blogger