biografia honoré balzac
Depois de seu primeiro romance, O último insurrecto, obra escrita
à maneira de Walter Scott, em que se misturam uma história de amor e
uma intriga policial, os títulos de Honoré de Balzac se sucederam a uma
velocidade extraordinária: num período de vinte anos, ele publicou cerca
de noventa romances e novelas, trinta contos e cinco peças de teatro.
Foi o resultado surpreendente do fervor literário desse ex-estudante de
Direito que dedicava cerca de 15 horas diárias à tarefa de escrever.
Paralelamente a esse trabalho gigantesco, Balzac leva uma vida mundana, freqüentando os salões de Paris, realizando viagens e procurando em vão meios e medidas infalíveis de enriquecer, constante que o perseguirá durante toda a sua vida, com alternância de desastres e sucessos, e com a adoção de fugas ante o assédio dos credores.
De 1825 a 1828, Balzac lança-se aos negócios, sempre na expectativa de enriquecer rapidamente: associa-se a um livreiro, torna-se proprietário de uma tipografia, transforma-se em editor.
Ao final desse período, interessa-se pela carreira política, abraçando opiniões católicas e monarquistas, fundando sua doutrina conservadora sobre a autoridade política e religiosa.
Em janeiro de 1833 principia sua correspondência com a condessa Ewelina Hanska, uma admiradora polonesa, com quem se casaria anos depois, em 14 de maio de 1850, poucos meses antes de morrer.
Nesse plano de ininterrupto impulso criador, pode-se afirmar que a vida de Balzac esteve literalmente colocada a serviço das exigências técnicas de suas obras.
A criação do mundo balzaquiano obedece a uma progressiva diversificação de situações, de personagens, de caracteres, de destinos humanos - um retrato de amplas dimensões da sociedade francesa da primeira metade do século 19.
Por suas qualidades, pela amplitude da área social tratada, pela técnica de que se vale o autor para a liberação de forças psicológicas e sociais nos próprios caracteres que movimenta, temos de admitir que a história do romance no Ocidente se divide em duas metades: antes e depois de Balzac.
O pano de fundo desse universo novelístico são as novas estruturas sociais e as novas instituições políticas que advieram com o império napoleônico. Paradoxalmente, o monarquista e legitimista Balzac é quem revela à Europa e ao mundo ocidental as conseqüências da Revolução Francesa.
Suas idéias básicas sobre a arte do romance e sobre as técnicas da sua realização acham-se expostas, através de um sistema coerente, no prefácio de abertura da Comédia humana, fonte principal do ideário estético de Balzac. Ele foi o primeiro escritor a reunir num ciclo de romances o estudo da vida social inteira, processo que Émile Zola tentará seguir.
A observação balzaquiana mostra obsessão pelos detalhes: seus heróis são seres de carne e osso que comem, bebem e se relacionam sob o domínio de paixões fortes, e de quem se ficam conhecendo exaustivamente o físico, o vestuário, a habitação, o prestígio individual ou familiar, a fortuna pessoal, o status social e o domicílio.
Balzac utiliza-se de um realismo que nunca se atomiza, mas, antes, liga e corporifica as espécies sociais como se fosse um método classificatório transposto das ciências zoológicas para a criação literária. Sua meta é a de penetrar a estrutura de uma sociedade inteira por meio de suas causalidades específicas. Trata-se de uma preciosa documentação sobre o panorama da sociedade francesa.
O realismo é a característica central de sua obra, e tanto as espécies sociais quanto o meio ambiente fornecem à matéria romanesca a dimensão histórica em que se apóia. Balzac, patrono do romance no Ocidente, é ao mesmo tempo também um historiador de costumes; sua minúcia documentária coloca-o, sem dúvida, como precursor do realismo moderno.
Paralelamente a esse trabalho gigantesco, Balzac leva uma vida mundana, freqüentando os salões de Paris, realizando viagens e procurando em vão meios e medidas infalíveis de enriquecer, constante que o perseguirá durante toda a sua vida, com alternância de desastres e sucessos, e com a adoção de fugas ante o assédio dos credores.
De 1825 a 1828, Balzac lança-se aos negócios, sempre na expectativa de enriquecer rapidamente: associa-se a um livreiro, torna-se proprietário de uma tipografia, transforma-se em editor.
Ao final desse período, interessa-se pela carreira política, abraçando opiniões católicas e monarquistas, fundando sua doutrina conservadora sobre a autoridade política e religiosa.
Em janeiro de 1833 principia sua correspondência com a condessa Ewelina Hanska, uma admiradora polonesa, com quem se casaria anos depois, em 14 de maio de 1850, poucos meses antes de morrer.
Mundo balzaquiano
O fluxo criador de Balzac pode ser desdobrado em três etapas: a primeira, que se estende até 1829, é um período de aprendizado; a segunda, que abrange o período de 1834 a 1842, é um período de consolidação e de fixação do seu sistema novelístico; e a terceira, que abrange o desenvolvimento entre 1842 e 1850, em que o universo romanesco de Balzac é unificado sob o título geral de A Comédia humana.Nesse plano de ininterrupto impulso criador, pode-se afirmar que a vida de Balzac esteve literalmente colocada a serviço das exigências técnicas de suas obras.
A criação do mundo balzaquiano obedece a uma progressiva diversificação de situações, de personagens, de caracteres, de destinos humanos - um retrato de amplas dimensões da sociedade francesa da primeira metade do século 19.
Por suas qualidades, pela amplitude da área social tratada, pela técnica de que se vale o autor para a liberação de forças psicológicas e sociais nos próprios caracteres que movimenta, temos de admitir que a história do romance no Ocidente se divide em duas metades: antes e depois de Balzac.
Obsessão pelos detalhes
A obra de Balzac é uma visão sistematizada da vida e do mundo; um universo de sentimentos e de emoções mobilizados para a posse e o gozo de certos valores, sobretudo materiais, uma luta brutal para a fruição do dinheiro.O pano de fundo desse universo novelístico são as novas estruturas sociais e as novas instituições políticas que advieram com o império napoleônico. Paradoxalmente, o monarquista e legitimista Balzac é quem revela à Europa e ao mundo ocidental as conseqüências da Revolução Francesa.
Suas idéias básicas sobre a arte do romance e sobre as técnicas da sua realização acham-se expostas, através de um sistema coerente, no prefácio de abertura da Comédia humana, fonte principal do ideário estético de Balzac. Ele foi o primeiro escritor a reunir num ciclo de romances o estudo da vida social inteira, processo que Émile Zola tentará seguir.
A observação balzaquiana mostra obsessão pelos detalhes: seus heróis são seres de carne e osso que comem, bebem e se relacionam sob o domínio de paixões fortes, e de quem se ficam conhecendo exaustivamente o físico, o vestuário, a habitação, o prestígio individual ou familiar, a fortuna pessoal, o status social e o domicílio.
Balzac utiliza-se de um realismo que nunca se atomiza, mas, antes, liga e corporifica as espécies sociais como se fosse um método classificatório transposto das ciências zoológicas para a criação literária. Sua meta é a de penetrar a estrutura de uma sociedade inteira por meio de suas causalidades específicas. Trata-se de uma preciosa documentação sobre o panorama da sociedade francesa.
O realismo é a característica central de sua obra, e tanto as espécies sociais quanto o meio ambiente fornecem à matéria romanesca a dimensão histórica em que se apóia. Balzac, patrono do romance no Ocidente, é ao mesmo tempo também um historiador de costumes; sua minúcia documentária coloca-o, sem dúvida, como precursor do realismo moderno.
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