biografia system of a down
Shavo Odadjian no baixo (22/04/1974);
John Dolmayan na bateria (15/07/1973).
Tá,
mas como surgiu a banda??? Em 1993, o vocalista Tankian, então um
vendedor de softwares na cidade de Los Angeles, conhece Malakian, num
estúdio, durante um ensaio. Ambos músicos, ambos de origem armênia,
ambos com idéias políticas semelhantes. Enfim, nada como começar uma
nova banda! Surgiu assim a "Soil", contando ainda com Odadjian como o
"manager" e baixista da banda, e tendo o baterista Andranik "Andy"
Khatchadurian, substituído por Dolmayan em 1995, ano em que Shavo se
fixou como baixista permanente, deixando a posição de manager. Dessa
forma, estava composto o grupo tal como o conhecemos hoje. Um grande
mistério é o nome: Por que System of a Down, Tankian? "Vem de um poema
do nosso guitarrista, Daron, chamado Victims Of A Down", explica Serj.
"Ele trouxe-nos o poema, e System foi escolhido como uma palavra melhor e
mais forte. O nome da banda significa um buraco cheio de gente que não é
nada mais nada menos que a nossa sociedade." Serj, agora, pede às
pessoas para "tirar o significado do nosso próprio nome. Significa
diferentes coisas para pessoas diferentes. É essa a sua beleza. É como
pintar um quadro na parede e perguntar 'O que acha?' É muito diferente a
níveis pessoais e políticos. É de livre interpretação."
Há de se
destacar a competência do vocalista. Além de frontman carismático, ele
alterna vocais melódicos e guturais, gritados e melódicos, engraçados e
soturnos, com absurda facilidade, consagrando-se tranqüilamente como um
dos melhores vocalistas de rock da atualidade. Mais uma semelhança com
Mike Patton... e, se o FNM coverizou o Sabbath, tocando War Pigs ao
vivo, em versão antológica, o SOAD também tem em seu currículo uma
releitura sabática. É Snowblind, numa versão esquizofrênica e criativa.
Descontrução e reconstrução do clássico da banda que inventou o Heavy
Metal.
Quanto aos trabalhos em si, a banda mantém coerência,
lançando ótimos discos, sem grandes distorções de um para o outro, no
que se refere à qualidade dos trabalhos. Malakian, de sua juventude,
curtia Randy Rhoads e Eddie Van Halen,
mas cita gente como Jerry Garcia, Carlos Santana, Jimmy Page e The
Edge, como músicos que usam poucas notas para dizer muito, e confessa
que muito de sua musicalidade recebe influência dos solos melódicos, com
estilo árabe, de Dave Murray e Adrian Smith, guitarristas do Iron
Maiden.
Defensores dos armênios (povo vítima de genocídio cometido
pela Turquia, em 1915), e pouco tolerantes a guerras e violência,
explodem em fúria contra os matadores legitimados pela política
canhestra e demente que domina o mundo, e mesmo os Estados Unidos.
Muitas das letras dizem respeito à violência política e moral de nosso
tempo. Além de densas e tensas, as letras são, por vezes, de
entendimento difícil, visto que não são escritas de forma tão direta
quanto uma música punk tradicional, por exemplo. Mas é possível perceber
a escória da sociedade em cada linha. “Humanos em todo lugar /
enlatados, pessoas clichês não conseguem ousar”, sobre apatia (CUBErt);
“Genocídio de uma raça inteira / levando embora todo o nosso orgulho”,
obviamente sobre a Armênia (P.L.U.C.K.); “Batalhões de policiais
revoltados / com beijos de balas de borracha / bastão de cortesia /
serviço com sorriso”, ironizando a polícia em Deer Dance, além da já
clássica “Boom!” (“Toda a vez que você solta a bomba / você mata seu
Deus, seu filho nasce”), entre outras, de temáticas diversas, não se
atendo apenas às guerras, claro.
Resumo da ópera: banda realmente
criativa e inovadora, só de dez em dez anos. Aproveitem, pois o momento é
mesmo do SOAD, um grupo que vale a pena conhecer, e que trabalha também
algo que anda meio perdido no mundo do rock, hoje: contestação,
preocupação social, de forma bem feita, não como mero repetidor de
tendências já um tanto ultrapassadas. Metal, punk, melódica, cênica,
política, sarrista.
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